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Rui Fernandes

Bolseiro de Doutoramento

O minério de ferro de Moncorvo tem sido alvo de inúmeros estudos académicos e de empresas ligadas ao sector mineiro. Estiveram envolvidas empresas multinacionais como a Schneider, a Vestag, a Thyssen, a Krupp, a LKAB e ultimamente a Rio Tinto. Por parte do Estado Português, estiveram envolvidos diversos organismos oficiais e universidades, com destaque para o Instituto de Fomento Mineiro. Face aos estudos efetuados e às reservas potenciais indicadas, a jazida de ferro de Moncorvo nunca teve uma exploração digna desse nome. Porquê? Chegaram a ser construídas lavarias para concentrar o minério mas tiveram pouco sucesso, e as empresas que detinham essa exploração não sobreviveram. Qual as razões? Com tal potencial, porque é que nunca foi feito ferro gusa, ao contrário de minas de ferro muito mais pequenas como as do Marão? Sabemos que a transformação local desse minério em aço carbono foi efetuada desde o séc. III a.C. até 1830, o que permite afirmar que é possível. Então porque não se faz atualmente? Algumas das respostas são entendíveis, mas será que não existe uma forma viável de produzir ferro gusa a partir do minério de ferro de Moncorvo?
Este trabalho de Tese tem como objetivo propor uma linha industrial de produção de lingotes de ferro a partir do minério de ferro de Moncorvo, quer o que se encontra disperso em cascalheiras quer o que se encontra no maciço rochoso. Serão testados processos mineralúrgicos e metalúrgicos à escala de laboratório, utilizando as melhores tecnologias disponíveis e o conceito de economia circular, de modo a transformar o minério de ferro em diversas matérias-primas, que permitam uma produção economicamente viável, sustentável e amiga do ambiente.